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A preocupação com a não sustentabilidade dos óleos essenciais

Existe uma crença no mercado cosmético de que por um produto ser vegetal, por ser natural, isso faz dele sustentável. Mas nem sempre é assim, principalmente em relação aos óleos essenciais.

Os óleos essenciais devem ser usados com muito cuidado em virtude de seu princípio ativo em altíssima concentração e devem ser sempre aplicados em quantidades mínimas: estamos falando em algumas pouquíssimas gotinhas mesmo!

Em média, para cada litro de óleo essencial há necessidade de 100 kg de plantas aromáticas. Isto vale para exemplos como capim limão e citronela. Outros casos, entretanto, demandam muito mais material vegetal, como é o caso da rosa, que exige 3.500 kg de pétalas da flor para um único litro de óleo essencial. Para o caso do óleo de jasmim, são necessárias 7 toneladas de pétalas para produção de um litro!

Sete toneladas de pétalas de jasmim produzem apenas um litro de seu óleo essencial.

Como pode ser visto, o óleo essencial extraído de uma planta se apresenta em quantidades exíguas, o que determina seu preço bastante elevado, podendo, além disso, levar a um problema muito mais grave, que se traduz na não sustentabilidade de certos exemplos específicos mais notórios, e de todos de uma maneira geral e mais ampla.

O caso do sândalo é bem significativo: a árvore que produz este óleo essencial demora 30 anos para começar a produzi-lo, o que remete à constatação de que se derrubam árvores de no mínimo 30 anos de existência para a extração de alguns quilos de óleo essencial. Uma verdadeira devastação de matas de sândalo foi realizada para a obtenção do óleo, cometendo-se o crime de assassinar árvores de até 50 anos de existência. Diante da perversidade do ato contra a natureza, na Índia foi declarada proibida a exploração estas árvores, passando a ser feita a extração de árvores similares no Haiti. O mesmo procedimento aconteceu no Brasil com a extração do óleo essencial de pau-rosa.

A árvore de onde se extrai o óleo essencial de sândalo demora 30 anos para começar a produzi-lo.

Confrontados, assim, com a não sustentabilidade dos óleos essenciais, temos que adotar uma atitude de respeito ritualístico em sua obtenção, pois o sacrifício dos vegetais que os presenteiam a nós não é coisa pouca. Devemos, portanto, usá-los com bastante consciência.

Fonte: AMARAL, Fernando – Técnicas de aplicação de óleos essenciais – São Paulo: Cengage Learning, 2016.

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